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sábado, 13 de abril de 2024

No Reino de Zindorff (XII/2024)

 


Embora esteja lendo muitos livros prazerosos, todos são muito técnicos. Certamente, isso levou-me a ter sede de uma leitura mais literária. Neste momento, recordei-me do livro “No Reino de Zindorff”. Devo ter lido há uns três ou quatro anos, convidado pela autora para prefaciar seu livro. Livros, bons livros, revelam-se melhores e mais instigantes quando lidos de novo. E foi exatamente isso o que ocorreu com o livro de Elizabeth Rodrigues.

Relendo com sede de boa literatura, vejo que, logo na sua apresentação, a autora nos comunica qual a função da boa ficção: "Quem sabe essa literatura o fará refletir sobre algum episódio da sua vida real? Garanto que, assim, voltará à realidade após cada capitulo, porque "No Reino de Zindorff" enfrentam-se conflitos e situações semelhantes aos nossos, simples mortais, e talvez possamos aprender como alguns reagiram diante de cada demanda". Releio este livro num momento bem diferente da minha vida daquele quando o li pela primeira vez. Encantando-me, agora, mais ainda com sua qualidade editorial e também com a escrita elegante da autora, mas também com as belas ilustrações de Joaquim Ivanil, seu esposo. Estamos no Reino de Zindorff.

Por tudo isso, é uma delícia estar novamente no Reino de Zindorff. Melhor ainda é caminhar com mais calma pelas belas frases da autora e pelo Reino de reis e rainhas cristãos. Acompanhando a trajetória do Rei Rui, vemos como um Rei cristão enfrenta suas enormes batalhas, superando as dificuldades e, sendo renovado espiritualmente, não abre mão de trazer uma nova era ao Reino de Zindorff. Contudo, em meio a tantas bênçãos de reavivamento, em que até missionários do Reino são enviado a outros campos, há uma semente de discórdia sendo semeada nas terras de Zindorff. Heresias estão sendo transmitidas às crianças. Um soberano preocupado, antes de tudo, com a vida espiritual de seus súditos é um tempo que passou para nós, mas que ansiamos que retorne, um dia, na sua plenitude na instauração do Reino perfeito e eterno de Jesus Cristo.

Gente, que livro gostoso! Que delícia de capítulos! Muito envolventes os capítulos que descrevem a vinda da médica Hannah Betsy. Impossível não se apaixonar e torcer para que tudo dê certo! Helene se prepara para a liderança do Reino; Thyfany estuda em Londres; Mirna enfrenta as agruras de sua adolescência. Porém, a autora conseguiu deixar-me frustrado em meus sentimentos e expectativas com o sumiço de Hannah Betsy. Aonde ela anda? Como que Elizabeth consegue nos carregar pela sua narrativa e nos oferecer tantos sentimentos com seus personagens? Parabéns! Ela nos encanta com o fluxo de sua história!

Um livro que merece ser lido pelas nossas jovens e por nossos jovens cristãos que, infelizmente, têm recebido como ofertas literárias tantas obras carregadas de valores iníquos, imoralidades e anticristianismo. A fantasia de Elizabeth Rodrigues cumpre o seu papel como literatura de ótima qualidade. Zindorff torna-se um Reino cristão abençoado, enquanto abençoa outros ao seu redor; um Rei zeloso de sua conduta espiritual, mesmo quando enfrenta tragédias em sua vida; e o retorno do amor cortês, do príncipe esperado, o salvador aguardado e que não teme pela própria morte ao defender sua amada. O bem triunfa sobre o mal.

        Fábio Ribas

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