sábado, 30 de setembro de 2023
Perto do coração selvagem (III/2023)
sábado, 23 de setembro de 2023
Sementinhas de mostarda (II/2023)
Agora, o Pastor Rinaldo abençoa a seara do Senhor com seu livro “Sementinhas de mostarda”, publicado pela Editora Monergismo. Um pequeno livro que não pode enganar pelo tamanho, pois é um testemunho histórico imenso para as missões nacionais. As tais “sementinhas” foram ideias que ele teve — muitas delas debaixo do chuveiro — ideias que ajudaram a formatar o que hoje já são árvores que geraram seus frutos. Contudo, o autor irá nos contar como que se deu toda essa “aventura” que foi lançar essas sementinhas na esperança de que elas germinassem e crescessem para a glória do Senhor. E foi exatamente isso o que aconteceu, as tais sementinhas hoje são a Missão ALEM, o Banco de Dados da AMTB, o DAI e até o CONPLEI. Quer saber como tudo isso aconteceu? Leia o livro do Pastor Rinaldo de Matos e descubra como a Providência divina agiu para levar todas as coisas para o bem da obra missionária. Há ainda várias cartas que foram trocadas na época em que ele lança essas “sementinhas”. Por tudo isso, o pequeno livro “Sementinhas de mostarda” é um documento histórico de um testemunho vivo que não pode passar desapercebido pela Igreja Evangélica Brasileira.
quinta-feira, 14 de setembro de 2023
Cosmovisão, animismo e Cassirer (ou "O filósofo e o pajé: anotações para sala de aula")
Ainda que pudéssemos abrir as possibilidades das cosmovisões em 7 (ou em mais ou menos, dependendo da “cosmovisão do organizador das cosmovisões"), compreendo que o animismo, muito mais do que uma mera cosmovisão, é um tema transversal que perpassa a todas elas. Assim, “teísmo”, “deísmo”, “ateísmo”, “panteísmo”, “panenteísmo”, “teísmo finito” ou “politeísmo” são sistemas, cosmovisões, que guardam em si o animismo em maior ou menor grau.
O que estou querendo dizer é que a história da civilização é a história da tentativa de sairmos da “caixinha” do animismo. Embora isso que eu afirmei pareça ser uma visão cientificista do século XIX, não é. Como já disse, o animismo impregna a todos em menor ou em maior grau, até mesmo ao filósofo ou ao cientista materialista.
Quando estudamos as culturas por todo o mundo, podemos agrupá-las das mais diversas maneiras possíveis, aproximando-as ou distanciando-as, procurando suas semelhanças e suas diferenças, suas homogeneidades e heterogeneidades ou, como dizia Kant, segundo o interesse da unidade ou o interesse da diversidade.
Não há cultura no mundo que não tenha se valido do mito, da linguagem mítica, para expressar o seu ponto de vista. Porém, a diferença entre o pajé que pratica seus rituais e o cientista que manipula seus elementos químicos não é “evolutivo”. A diferença entre ambos não está em que um esteja no início de uma trajetória enquanto o outro já se encontra no ápice da civilização, que é a suposição de autores como Lévy-Bruhl. A diferença entre eles, muito menos, é uma mera diferença de grau como se o selvagem fosse um “filósofo selvagem”, perspectiva de autores como Tylor. Ambos caminhos, citados por Cassirer em seus estudos, representam interpretações “aparentemente opostas”.
Para Cassirer, o nosso erro no estudo das culturas humanas está em não levar em conta a presença de ambos – o filósofo e o pajé. O erro está em sempre olharmos as culturas agrupando-as por suas semelhanças e diferenças, por suas homogeneidades e heterogeneidades, quando, na verdade, subjaz a toda cultura um mesmo “animismo”, por um lado, e um mesmo “cientificismo”, por outro. Ou, nas palavras de Sir J. O. Frazer, o que subjaz ao pajé e ao filósofo é esta “fé implícita, mas real e firme, na ordem e uniformidade da natureza”.
O motivo deste texto (um mero registro das minhas reflexões para sala de aula) – é que, nestes anos todos em que li estudos sobre as culturas do mundo (além das culturas ameríndias com as quais tenho contato), as ideias de estudiosos como Frazer e Tylor sempre me foram conscientes e orientadoras para os rumos que tenho dado aos meus estudos e às aulas dadas aos meus alunos: “O primitivo atua e pensa como um filósofo autêntico. Combina os dados que lhe são fornecidos por sua experiência sensorial e procura concatena-los numa ordem coerente e sistemática”, confirma Frazer.
Todavia, assim como Cassirer, eu renego a ideia extrema do “filósofo selvagem”, que seria a figura de um dialético, de um escolástico primitivo organizando o mundo por meio de categorias aristotélicas, tanto quanto renego o outro extremo que nos leva a rejeitar qualquer acesso, qualquer ponto de contato com a mentalidade mítica, como se fosse uma mentalidade incompreensível, irracional e pré-lógica. Assim, como já disse, é preciso combinar essas duas vertentes dos estudos antropológicos em seus extremos, encontrando o meio do caminho, para que possamos discernir de maneira justa a mentalidade mítica e animista.
A conclusão é que o método que devemos usar para a abordagem de quaisquer culturas é o de buscarmos não seus conteúdos e conclusões díspares, mas antes suas formas, esse mecanismo comum às mentalidades do filósofo e do pajé que expressa em ambos, principalmente diante da experiência comum da morte, “o mesmo desejo da natureza humana de compreender a realidade, de viver num universo ordenado e de superar o estado caótico em que as coisas e as ideias ainda não assumiram forma e estruturas definidas” (Cassirer).
sábado, 2 de setembro de 2023
Dias índios - um convite à leitura (I/2023)
O que você, de fato, conhece sobre os povos indígenas do Brasil? Ouvimos muitas opiniões e discursos de ONG's e Universidades sobre os povos indígenas no Brasil, mas e você? Se você tivesse a oportunidade de morar com um desses povos e imergir em sua língua e cultura, o que será que você aprenderia e poderia compartilhar com os outros?
O autor de "Dias índios", Fábio Ribas, formado em Letras e Teologia, convida a cada um de seus leitores a acompanhar o tempo em que ele e sua família viveram entre um dos tantos povos indígenas no Brasil. Afinal, segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2020, os povos indígenas formam 0,8% da população nacional. Contudo, o que poucos sabem é que, nessa fatia apresentada pelo Censo, há mais de 180 línguas faladas, distribuídas em quase 500 etnias indígenas culturalmente diferentes umas das outras e todas espalhadas do Oiapoque ao Chuí! O autor morou sozinho na casa do cacique com outros 48 indígenas, entre crianças, jovens e adultos, por seis meses, antes que sua família pudesse morar com ele numa "casa própria" na aldeia.
Durante aqueles primeiros seis meses, o autor compartilha fatos culturais que ele jamais teria tido conhecimento, caso já tivesse, desde o início, morado ali com sua família. Dentro da casa do cacique, aquele arrebol cultural se revelou diante dele com toda sua força. Desde pajelanças para a cura de doenças que afligiam aquelas famílias; os ritos de reclusão, em que meninos e meninas adolescentes podem ficar isolados do convívio social, em espaços mínimos, por até três anos; os banhos com ervas para o fortalecimento espiritual e físico e o rito com a arranhadeira por todo o corpo para que o sangue doente saia; as diversas festas de casamento e os ritos de passagem e de funeral, que ocorrem na cultura; além disso, muitos outros fatos pouco conhecidos e que só puderam ser vistos de perto por causa desse momento inicial na casa com aquelas famílias. Assim, o autor também traz realidades culturais mais delicadas como casos de possessão que podem levar à morte; a triste realidade do infanticídio, que tem sido questionado por muitos pais indígenas; o abandono dos mais idosos até sua morte por inanição; os casos de incesto, que ocorrem, embora não sejam bem vistos pela própria cultura; e a punição sexual coletiva contra as mulheres que quebrarem a regra cultural que as proíbe de ver a flauta Jacuí.
Todos esses fatos são apresentados a partir da perspectiva de quem foi chamado pelo próprio povo para ajudá-los na formação da Escola na aldeia. Já havia dois professores indígenas ensinando as crianças na língua, mas era desejo deles oferecer a continuação dos estudos para os jovens também. Como o olhar do autor é um olhar cristão, ele também nos mostra como é falacioso o estigma que paira sobre o trabalho missionário, de que este seria um "destruidor da cultura". Uma vez que, aos que vivem de fato em meio a essas culturas, é apresentada a destruição real pela entrada de bebidas alcoólicas e drogas, da prostituição e abuso sexual e exploração de interesses tanto financeiros como de ONG's e Universidades, que impedem os indígenas de se defenderem da chegada inevitável do mundo majoritário que os cerca e invade. A presença missionária tem se mostrado uma barreira auxiliadora na defesa da integridade desses povos contra a violência exploratória de grupos que vivem da dependência deles. Por tudo isso, vemos que o discurso sobre a autonomia do indígena no Brasil só funciona para beneficiar aqueles que os aleijam de seus reais interesses e vontade sobre o que os próprios indígenas desejam para seus povos. As aldeias estão sendo invadidas com o pior da cultura não indígena que as cercam e destroem, enquanto que os anseios de povos, que querem conhecer e avançar sobre o mundo, tomando, assim, em suas mãos, o controle de suas histórias, têm sido negados a eles.
O livro irá mostrar que não há imposição alguma, mas uma oportunidade de aprendizado mútuo e que ambos se beneficiam nesse encontro de suas espiritualidades e da liberdade de escolhas que podem surgir na caminhada e no diálogo entre os povos e seus conhecimentos. Assim, onde há morte, há a apresentação de uma vida, da verdadeira vida que tem sido oferecida não apenas aos povos indígenas do Brasil, mas às mais diversas culturas do mundo nestes últimos milênios. Por tudo isso, "Dias índios" é um convite a ouvir os outros com toda a liberdade.
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Todas as fontes estão em Ti (XXIII/2024)
Carlos Nejar é um poeta recém-descoberto. Todavia, ele publica vasta e variada literatura desde 1960. O currículo a seguir, retirado de uma ...
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